domingo, 7 de agosto de 2011

Zero à esquerda

Criatura insignificante, pessoa sem valor próprio, que nada acrescenta a uma instituição ou partido político. A locução se apoia num princípio básico de aritmética, e passou a ser usada devido a um divulgadíssimo conto do Abade Blanchet (escritor francês do século XVIII) intitulado "A Academia dos silenciosos". Nessa sábia instituição, que teria existido em Amadan, prevalecia a regra: "Os acadêmicos, pensarão muito, escreverão pouco e falarão e menos possível." Um dia, o Dr. Zeb, reconhecidamente o maior sábio da Pérsia, resolveu ser um de seus cem membros. Mas quando lá chegou a vaga já havia sido preenchida. Pesaroso, o presidente, querendo significar isso, sem dizer palavra, fez encher uma taça d'água até as bordas, mostrando-a ao candidato      retardatário . Sem desencorajar-se, o Dr. Zeb, encontrando à mão uma pétala de rosa, depositou-a na taça, sem que a água transbordasse. Diante de tão engenhosa resposta, bateram palmas todos os presentes e ele foi, assim, admitido, por aclamação. Como os estatutos tinham sido violados, o novo acadêmico ao tomar posse, escreveu modestamente, sem dizer palavra: "Não valereis mais nem menos." E acrescentou esta cifra: "0100". Com o mesmo laconismo, o presidente escreveu, em resposta: Valeremos onze vezes mais: 1100." Agrippino Grieco é autor de um livro de sátiras literárias intitulado "Zeros à esquerda".

Nota


Lacônico: Breve, conciso; dito ou escrito em poucas palavras.

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