sábado, 18 de junho de 2011

Pôr as manguinhas de fora

Tem o mesmo sentido de pôr as unhas de fora, ou revelar, subitamente, intenção abusiva ou imprevista. Rui Barbosa, em artigo em "A Imprensa", em 23/01/1899, condenando violências policiais, escreveu: "Também nunca o arbítrio oficial, aproveitando a complacência dos órgãos da opinião, se mostrou mais resoluto em pôr as manguinhas de fora". José Lins do Rêgo, no romance "Pedra Bonita", escreveu: "O juiz andava botando as manguinhas de fora desmoralizando a justiça". João Ribeiro mostra, em "Frases feitas", que no século XVIII já se usava, em Portugal, expressão semelhante: pôr (ou botar) as mãozinhas (ou as manitas) de fora. Entretanto, procura para tal dito uma explicação aceitável e que inverteria o seu sentido: a de que a expressão teria origem no conto infantil de João e Maria, em que a velha feiticeira mandava que as crianças lhe dessem a apalpar os dedos, para verificar se estavam gordos e bons para as crianças serem devoradas.

Obs.: complacente (tolerante)
         resoluto (afoito, corajoso)

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