terça-feira, 6 de setembro de 2011

Pagar o pato

Fazer o papel de tolo, pagar para que os outros aproveitem, arcar com as responsabilidades de despesas alheias, ser ludibriado e, às vezes, com afronta grave. Autores renascentistas portugueses, como Sá Miranda, já usavam a expressão, em seus versos, como demonstra João Ribeiro. O autor das "Frases Feitas" resume, a propósito, um conto licencioso escrito em latim pelo autor florentino Giovanni Francesco Poggio Bracciolini, segundo o qual uma mulher concordara em adquirir, a um vendedor de patos, uma dessas aves, mediante a condição que ele estabelecera: a de conceder-lhe os seus favores. Cumprida a condição, teria aparecido o marido, reclamando o vendedor cinicamente o preço do pato e dizendo que ainda não estava pago. O marido acede (concorda) em pagar o pato em dinheiro, dizendo que abreviava a disputa para não atrasar a ceia. João Ribeiro afirma com  razão que esse conto florentino basta à explicação autêntica do ditado.

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